Mapeamento com drone Mavic 2 Pro em grandes áreas

Neste post irei falar sobre um serviço de mapeamento aéreo realizado com o drone Mavic 2 Pro e KIT PPK L1 em uma área superior a 800 hectares localizada em São Francisco do Sul, SC.

Planejamentos e desafios

A área de mapeamento era relativamente plana, sem muitas variações na altitude, contudo, trata-se de uma extensa área localizada em uma zona restrita de aeroporto, denominada zona de altitude, onde a altura máxima de voo é de 150 m para os drones DJI.

O imóvel está localizado em São Francisco do Sul, SC. O cliente solicitou um ortomosaico com precisão centimétrica, de preferência em um único arquivo raster.

Imprevistos são comuns nos serviços de mapeamento com drones, e dessa vez a novidade foi a área estar localizada nessa zona de altitude, por ser um imóvel muito grande e pela limitação de voar a 150 m (na verdade programei os voos para 140 m, porque o drone sobe um pouco mais quando esta se deslocando para a área de voo, e se chega a 150 m ele simplesmente para) foram necessários muitos voos.

Execução

Tenho 5 baterias, então foram necessários 7 dias de campo, totalizando 34 voos, um total de 6.894 fotos e uma área mapeada de 861 hectares, utilizando o drone Mavic 2 Pro. Sem falar nos 250 GB gerados no processamento dos dados no AGISOFT.

Além disso, utilizei uma base L1 REACH RS+ e o KIT PPK L1 da Guandalini acoplado ao drone. Todos os 7 grupos de voos (34 voos) fixaram, o único problema é que na maioria dos voos o número de fotos não foi igual ao número de dados de GNSS coletados pelo KIT PPK, então algumas fotos não ficaram ajustadas no processamento no GPPK.

No litoral norte de Santa Catarina é muito comum na primavera a ocorrência de nevoeiros, além de ser uma região que chove muito por conta da influência orográfica da Serra do Mar e proximidade do oceano, e também venta bastante por ser litoral. Então já dá para imaginar que os desafios relacionados ao tempo atmosférico foram muitos nessa empreitada.

Tiveram alguns urubus também sobrevoando bem na linha de voo, mas isso já é corriqueiro para quem mapeia com drone, nesse momento é só torcer para tudo dar certo.

No dia com ventos mais fortes foi preciso improvisar, subi a altura de alguns voos para 143 m e 145 m para poder concluir a missão. Em outro dia dei preferência para os voos mais curtos já que tinha vento.

Em média os voos tinham um tempo de 13min30seg, alguns menos outros mais, voos de até 14min30seg funcionavam em áreas próximas aos pontos de decolagem.

Falando nisso, foram utilizados 3 pontos de decolagem e 5 pontos de controle. Os pontos de controle foram alocados em locais para unir os chunks no processamento dos dados no AGISOFT METASHAPE. Fiz 3 chunks porque como são muitos dados o processamento é muito demorado.

Com o receptor GNSS então foi primeiramente coletado as coordenadas dos 3 pontos de decolagem, 3 pontos para base (bem próximos a decolagem) e 5 pontos de controle.

MDT da área mapeada.
Ortomosaico com GSD reamostrado de 5 cm.

Considerações

As ferramentas essenciais para o planejamento dos voos foram o Google Earth Pro e o aplicativo OVERLAP OPTIMIZER do DroneDeploy para verificar a sobreposição necessária de fotos de acordo com a variação do relevo e estruturas (no caso árvores) mais altas.

O serviço foi concluído com sucesso, houve diversos imprevistos, mas o resultado foi bem positivo. Já tive alguns problemas com o KIT PPK da Guandalini, e dessa vez deu tudo certo. Foi meu maior projeto com drone até o momento, não o mais rentável, mas em escala espacial, planejamento, execução dos voos e processamento dos dados. Uma baita experiência.


 

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