KIT PPK L1 Guandalini para Mavic 2 Pro – Considerações após 1 ano de uso

Primeira impressão

Quando recebi o kit PPK L1 para o Mavic 2 Pro a primeira impressão que tive foi de que o produto não era bem projetado. O kit encaixa no drone, contudo, o encaixe não é tão suave principalmente à peça que vai ao braço dianteiro direito.

O primeiro kit PPK que eu tinha visto (na internet) é o da TOPODRONE, que é outro nível, um equipamento mais profissional e bem projetado. Então talvez isso tenha ajudado na má impressão que tive, e também a questão do preço. Na época (janeiro de 2021) o custo do kit PPK L1 para o Mavic 2 Pro era de R$ 12.790,00. Um valor bem alto já que a peça mais cara é o módulo Reach M+ (Emlid) que tem um preço de aproximadamente R$ 2.500,00 no Brasil hoje (janeiro de 2022).

Então pensando que eu paguei menos no drone DJI Mavic 2 Pro, que é um produto de alta qualidade com diversas funcionalidades, do que neste kit, dá uma certa desanimada. Talvez o problema nem seja o kit ser mal projetado, e sim, o valor que de fato ele vale.

Problemas

Eu tenho uma lista de problemas que o kit apresentou ao longo desse um (1) ano de uso. Inclusive me deixou na mão no campo cerca de 10% das vezes que o utilizei, ou mais.

(1) Na hora de decolar ele dá uma leve (às vezes não tão leve) inclinada do drone para frente e para baixo, como um leve mergulho, devido ao peso do kit. Dica é deixar limpa a área logo na frente para o drone não vir a esbarrar em algum objeto ou mesmo um pequeno galho de mato;


(2) Depois de decolar, no momento da subida, ocorreu algumas vezes de o drone dar giros em torno do próprio eixo e se deslocar um pouco da linha de subida (o que não me lembro de ter ocorrido quando não utilizei o kit) como se estivesse um pouco desgovernado;


(3) É necessário cuidado no encaixe da peça que vai no braço dianteiro direito do drone. Tem como encaixar de uma forma que não é tão agressiva, é preciso cuidar para não forçar. Um dia em campo quando fui tirar a peça do braço dianteiro rachou o braço do drone, conforme figura abaixo;


(4) Uma vez fiz um voo e a peça do kit do braço dianteiro não ficou bem encaixada daí tive problema com os pontos coletados pelo módulo M+. Quando a linha de voo virava para o lado do sol, devido à entrada de claridade, não tive nenhum ponto coletado pelo M+ como fixo devido à claridade no sensor. Esse problema poderia ter sido evitado se desde o início eu tivesse aprendido certinho como encaixar a peça;


(5) Já ocorreu duas vezes ou mais de chegar ao campo e o M+ não seguir o protocolo de iniciação com os leds, e sim ficar o led piscando continuamente. A prática me ensinou que nesses casos precisava resetar as configurações do M+ para que ele voltasse a funcionar corretamente;


(6) Ocorreu algumas vezes de ter mais números de pontos coletados pelo M+ do que de fotos pelo drone, na verdade isso ocorreu várias vezes. Mas apenas em alguns voos que o número era muito diferente;


(7) O sensor da peça que vai ao braço dianteiro do drone deixou de funcionar e me encaminharam um novo que veio mais curto que o normal e ficou bem esticado, mas está funcionando;


(8) Tive problemas em conseguir um valor de erro baixo no processamento das imagens utilizando a versão 1.6 do Agisoft Metashape e precisei retornar para a versão 1.5 para obter os bons resultados novamente;


(9) A peça do kit PPK acaba tampando o sensor do drone e diminuindo o sinal de satélites. Utilizo o DroneDeploy na maior parte dos voos. Já ocorreu de eu dar início no voo pelo aplicativo (quando estava variando entre 10 e menos satélites) e o mesmo ligar, subir alguns poucos centímetros, desligar o drone e cair no chão. Ocorreu de ele subir e lá em cima parar, e eu ter que pilotar manualmente o drone. Ocorreu de o drone subir, e quando chegou à altitude de voo do mapeamento saiu voando sem rumo, e eu também precisei controla-lo manualmente;


(10) Chegou um momento que não estava sendo possível conectar o M+ ao celular, o mesmo precisaria do reset no qual é necessário desmontar o kit, e eles não recomendam que o cliente faça isso. Então o produto precisou ser retornado para a Guandalini, e diante de tantos problemas eles me enviaram um novo. Que passou um tempo sem dar problemas até que veio o problema 11 listado abaixo;


(11) E o último problema foi que em um dia de campo tinha 14 satélites à vista e mesmo assim eu dava play para iniciar o voo pelo DroneDeploy e o drone desligava e não decolava, ligou e subiu um pouco e caiu (tentei umas três vezes), inclusive o drone chegou a cair uma vez e virar de cabeça para baixo, pois tinha subido mais de 10 cm. Eu desconectei a bateria do kit PPK e dei play no DroneDeploy e o drone subiu normalmente (com o kit acoplado), operando manualmente pelo DJI 4 GO também voou normalmente com o kit acoplado. Então desconfio que o problema esteja relacionado com a conectividade do sistema PPK com o DroneDeploy. Inclusive estou esperando o tempo melhorar para ver se o kit vai voltar a funcionar normalmente. Já que ainda quero utilizá-lo nos mapeamentos. Com base nesses acontecimentos fiquei com muito medo de o drone subir alto, desligar e despencar do ar.

Enfim, muitos problemas em pouco tempo de uso.

Braço dianteiro do Mavic 2 Pro que rachou após a retirada da peça conectada à braçadeira do drone do kit PPK. Foto: Yara de Mello, 2021.

Pontos Positivos

O software GPPK (para processamento dos dados coletados em campo) é muito bom, ao menos não tive problemas com o mesmo. O suporte da Guandalini e da Geosurvey também é muito bom. Sempre que tive problemas eles me atenderam prontamente e procuraram me ajudar da melhor forma possível. Inclusive realizaram a troca do meu kit, diante de tantos problemas apresentados.

Quando o kit funciona ele é muito bom, pois a praticidade no mapeamento aumenta consideravelmente.

Conclusão

Facilita muito o trabalho de mapeamento com drone utilizar um kit PPK, você fica dependente dele inclusive, pois a praticidade no trabalho é muito maior. O kit PPK L1 da Guandalini é bom quando funciona, tirando a parte do encaixe dele que é agressivo para o drone.

O grande problema que vejo na utilização do mesmo é a falta de confiança, pois a insegurança é grande de chegar ao local de trabalho e não conseguir operar o mesmo por apresentar algum dos problemas já mencionados anteriormente. Uma coisa é você ter problemas isolados e outra é você ter problemas recorrentes e distintos.

A pergunta que fica é: se eu recomendaria a compra do kit PPK L1 da Guandalini para o Mavic 2 Pro.

A resposta é: não.

Ele me ajudou muito nos trabalhos, mas acredito que outro kit como o da topodrone não apresentaria tantos problemas. A dica é pesquisar bastante antes de comprar e verificar a opinião de pessoas que já utilizam o kit de seu interesse há algum tempo, fazer um comparativo entre modelos. A tendência, acredito, é melhorar as possibilidades, já o preço não sei, não para de subir no Brasil.

 

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