Em julho de 2021 precisei realizar o mapeamento aéreo com drone de uma área com cerca de 50 hectares, extensão de 1,8 km, com cotas variando de 30 metros a quase 400 metros.
Utilizei um Mavic 2 Pro, com kit PPK L1 da Guandalini (placa EMLID) acoplado ao mesmo, uma base L1 e 2 pontos de verificação.
Era para ter utilizado 4 pontos de verificação, mas houve um problema na coleta dos mesmos.
É uma área com densa cobertura vegetal, bioma mata atlântica.
O cliente gostaria de ter como produtos o ortomosaico e as curvas de nível.
Planejamento
Nesse tipo de serviço onde existe uma grande variação de elevação do terreno o planejamento do voo é muito importante.
Por isso é bom fazer uma boa análise da área de voo no Google Earth, e fazer os voos em blocos para não haver uma variação tão grande no GSD.
O melhor seria utilizar uma ferramenta como a TERRAIN AWARENESS, mas infelizmente esses terrenos mais desafiadores costumam ficar em áreas rurais com dificuldade de acesso a internet, e no DroneDeploy essa ferramenta ainda está disponível apenas no modo ONLINE.
Contudo, existe o aplicativo para IOS, pago, MAP PILOT PRO, onde é possível utilizar o TERRAIN AWARENESS em modo OFFLINE.
Eu baixei o programa, cheguei a testar, mas não gostei muito da experiência que tive.
Execução dos voos, resultados obtidos
Dividi a área em 3 voos, procurando deixar um desnível do solo de 150 metros. No topo do morro a diferença da altura do drone para o solo era de cerca de 100 metros. Acabei tendo problemas no alinhamento das fotos nessa área porque a sobreposição de imagens ficou baixa, mesmo utilizando front e side overlap de 80%.
Não teve jeito, não consegui alinhar as fotos nessa área.
Aqui fica a dica de ouro utilizando o DRONEDEPLOY, com a ferramenta OVERLAP OPTIMIZER é possível verificar qual a altura e sobreposição ideal de acordo com a maior estrutura encontrada na área do voo.
Se eu tivesse utilizado antes não teria ocorrido esse problema.
Na área sem vegetação densa as curvas de nível ficaram muito boas, mas nas áreas com vegetação os resultados não ficaram muito bons, como já observei em outra postagem em um comparativo com dados GNSS.
Precisei alinhar as fotos em alta e também gerar a nuvem densa de pontos em HIGHEST para conseguir um melhor resultado com o MDT e curvas de nível. O processamento foi feito no AGISOFT METASHAPE.
Não tive problema na qualidade do ortomosaico devido a variação de GSD, causada pela diversificação de altitudes encontrada em cada voo.
Mapeamento em áreas com uma diversidade de altitudes é um desafio maior, precisa de mais tempo de planejamento, execução e processamento dos dados.
Também precisa de mais cuidado e atenção no planejamento e também na execução, mas caso for utilizar a ferramenta TERRAIN AWARENESS o trabalho ficará um pouco mais simples.
De todo modo, é importante observar esses fatores na hora de fazer o orçamento do serviço e passar os valores para o cliente.
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